O que encontro aqui sou eu, sou você, e nós
somos a parcela dos que não se encontraram
na realidade como ela é.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sobre perdas

Permaneço aqui. Comecei a escrever um livro, não por aventura ou surto do momento. Este final de semana trouxe consigo mais um acontecimento desagradável de família. Nada de diferente, só o esperado, previsto, não solucionado, corriqueiro. Sempre muito dolorido. O amigo psicanalista disse então "Você deveria escrever um livro". Minutos depois de gritar com ele, porque claro, meus nervos estavam sob a pele, peguei caneta, caderno e iniciei. Espero ir longe.

Já perdi muita coisa, física, emocional, informações, acontecimentos, etc. Hoje, quando perco um simples texto que acabara de começar a escrevê-lo, me faz rapidamente chateado. Nada que minha memória fraca e desapegada não esqueça nos minutos seguintes. Mas sei que isso não adianta, a memória não apaga nada. Mesmo algo que não se lembre, existe. E nisto permaneço, aqui.

Estou com dificuldades em escrever aqui, na verdade sempre tive de escrever de um modo geral. Principalmente, quando é uma aparentemente obrigação, acontece que não quero perder o que já tive aqui; quem já tive aqui. Está me fazendo bem de certo modo, saber que existe aqui. E nisto, permaneço aqui.

Enquanto isso, vamos buscando novas idéias...
Trilha sonora do dia: Felipe Borges in MySpace.

3 aqui.:

Anônimo disse...

Será que todos os que não conseguem dormir e também não conseguem acordar escrevem livros?
Não! Você deve ser eu num ato de sonambulismo!
Não, eu não tive coragem de gritar com o psicanalista... só enguli coisas pra falar.
Mas esse português poético é meu artista-poeta, essa frase: "a memória não apaga nada. Mesmo algo que não se lembre, existe.", aqui do meu lado como não sei ao certo a tua compreenção, interpreto na minha dor, e sabe o que que sai? criação, mas aquela que passa com o tempo, que vai nos moldando, a familiar, a social.

Então de certa forma cada frase sua que leio é balsamo pra´s minhas feridas.

Não grite comigo, mas escreva um livro, livre, pra sua arte, pra sua poesia, pois fiquei umas 2 horas aqui viajando nas suas palavras de artista-poeta.

Luz

Fernando Rocha disse...

O problema não está no que a superfície de nossas memórias esquece, mas sim no que habita os subterrâneos da mente em nosso inconciente, ditando silenciosamente, a forma como nos comportamos.
Escrever, talvez consiga o que nem um psicanalísta consegue, retira doâmago do ser todas as suas angústias, deixando-as esfriar no caldeirão da razão, para que posteriormente se torne literatura. Boa sorte nesta sua viagem!

Anônimo disse...

alguem ai, acordado?

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